Na manhã desta quarta-feira, cerca de 100 torcedores do Boca Juniors se locomoveram para a zona sul de São Paulo e se reuniram à frente do hotel no qual o time está hospedado. Nesta noite, será realizada a segunda partida da final da Copa Libertadores contra o Corinthians, no Estádio do Pacaembu.
Os primeiros torcedores chegaram por volta das 8h30, mas a movimentação maior começou às 10h, quando mais ou menos 80 pessoas desembarcaram de dois ônibus de turismo, todos uniformizados e alguns carregando faixas do clube e bandeiras da argentina. Entre eles, poucas mulheres, por volta de dez.
Pouco depois, o goleiro Oríon entrou em uma van, causando certa aglomeração. Por uma hora, ficaram quietos e trocaram apenas alguns xingamentos com torcedores do Corinthians que trabalhavam em um prédio ao lado do hotel. Quando brasileiros passavam de carro ou de moto e gritavam "Vai Corinthians", ouviam provocações de volta.
À medida que a espera se prolongava, a inquietação aumentava. As faixas sairam das mochilas e os gritos de incentivo ao time das bocas dos torcedores. Seguranças do hotel interviram para tentar minimizar o incômodo dos hóspedes e, antecipando alguma confusão, chamaram a polícia. Por precaução, duas viaturas, duas motos e uma unidade móvel apareceram.
Nem todos vieram ao Brasil com ingressos comprados. O programa de sócio-torcedor do Boca Juniors privilegiou os mais assíduos. Um dos que ainda precisam encontrar um jeito de entrar no Pacaembu inclusive apelou à reportagem que pedisse um ingresso a dirigentes do clube argentino.
Entre os torcedores, destacava-se um alto, de cavanhaque, vestido de Boca Juniors dos pés à cabeça e com um colete azul marinho. Aparentemente importante, não saia do celular e falava com todo mundo. Era um dos poucos com trânsito dentro do hotel. Segundo um dos torcedores presentes, trata-se do irmão do chefe da principal torcida organizada do Boca Juniors, a La Doce.
Não foram apenas os chamados barras bravas que encararam a viagem para São Paulo. Carmelo, de 48 anos, trouxe a mulher e suas três filhas, de 14, 18 e 22 anos. Acostumado a frequentar o estádio de La Bombonera, não teve dificuldades para comprar ingressos. Ele não teme levar sua família a um estádio desconhecido e longe da Argentina. "Sempre há o risco, mas este jogo será uma festa", disse o torcedor, que não quis revelar com o que trabalha em seu país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário